Oct 18, 2018 Meio Ambiente
Paulownia - “A Árvore do Surf”
Nativa do sudeste asiático — China, Coreia, Japão, a Paulownia é um gênero botânico (conjunto maior que engloba diferentes espécies). Destaca-se no Brasil a Paulownia tomentosa (nome científico), mais conhecida por Kiri Japonês. Adapta-se bem em todos os climas sendo muito resistente ao frio (-17°C) e ao calor (+45°C). Além disso, possui rápido crescimento — até 6m no primeiro ano — e é classificada como árvore de porte médio, ficando entre 10 e 25m de altura. Possui folhas largas muito características (10x25cm) que fazem dessa planta uma das maiores sequestradoras de CO2 atmosférico, cerca de 10x mais que uma árvore comum. Também contribui com uma alta produção de Oxigênio, de 3 a 4x mais que plantas normais. Essas características fazem da paulownia uma ótima solução para driblar o aquecimento global e efeito estufa, além de diversas outras características que a nomeiam “A Árvore do Futuro”.
O Kiri Japonês é a árvore ideal para recuperar solos improdutivos, principalmente os afetados por processos de desertificação e arenização devido às suas raizes profundas que ajudam a conter a erosão do solo. Possui também folhas decíduas (que caem no inverno) ricas em Nitrogênio (macronutriente essencial para o crescimento de plantas) que será liberado gradualmente no processo de decomposição dessas folhas, ajudando assim de outra forma a recuperação de solos improdutivos. Portanto, no verão temos uma planta que fornece uma grandiosa sombra, no inverno permite a iluminação, e na primavera apresenta lindas flores violetas que infelizmente desaparecem em poucos dias.
De madeira muito nobre, o plantio da Paulownia vem se tornando um ótimo empreendimento, pela sua produtividade e rentabilidade. A sua madeira possui uma grande concentração de Tanino que traz uma grande vantagem; afasta cupins e carunchos, podendo assim ser armazenada sem grandes preocupações.
Seu nome diferente (Paulownia) tem origem no nome da Princesa Russa do século XIX Anna Pavlovna. Curiosamente ela foi pedida em casamento por nada mais do que Napoleão Bonaparte, mas acabou se casando com o Rei dos Países baixos, onde a tradução do seu nome (Pavlovna) para o holandês (Paulownia) deu origem ao atual nome da árvore.
As pranchas de madeira David Weber Surfboards usam majoritariamente madeira de Paulownia, com pequenos detalhes em outras madeiras pra fins estéticos. Até então, não descobrimos madeira tão leve, nobre, e resistente quanto o Kiri. Muitos se perguntam por que não utilizamos a madeira de Balsa, pois é a mais leve das madeiras... A resposta é que a madeira de Balsa é muito frágil, impossibilitando a construção de pranchas ocas a partir dela. Atualmente, possuímos plantações de Paulownia no Alto Paraná e também no Rio Grande do Sul. Durante o Workshop de pranchas ministrado em Portugal em 2017, utilizamos Kiri proveniente da Espanha — iPaulownia, que planta um híbrido de Paulownia fortunei com Paulownia elongata. Misturando assim características de duas espécies para um melhoramento genético da Madeira.
Já muito cultivada e utilizada na Europa, possui aplicações na indústria aeroespacial e náutica, instrumentos musicais, pranchas de surf e SUP, estrutura e até biomassa. Portanto, devido ao seu uso em diversas áreas; Agropecuária, Geração de Energia, Meio Ambiente, Ciência, Arte, além de seu rápido crescimento e lucratividade, a Paulownia se mostra como um alternativa muito viável para o futuro. E por que não para o presente? Faça uma prancha conosco nos nossos Workshops e adquira uma muda de Paulownia. Faça a diferença para o futuro das próximas gerações.
Na foto acima, o surfista Binho Nunes segura uma prancha de Paulownia feita por ele mesmo em um Workshop de Pranchas David Weber. Ao lado, uma jovem árvore de Paulownia.